GegenStrömung dokumentiert die deutschsprachige Übersetzung der Abschlußerklärung der Mundurukufrauen von ihrem dritten Treffen.
Wir haben uns vom 8. bis zum 11 Juli 2018 im Dorf Patauazal in der Terra Indígena Munduruku versammelt, um über die gegen uns gerichteten Bedrohungen und die Diskriminierungen zu diskutieren, die wir erleiden, und um über die Projekte zu sprechen, die die Regierung der pariwat [Weiße, in Munduruku, Anm.d.Übersetzers] auf unserem Land errichten will, wie: Staudämme, Wasserstraßen, Eisenbahntrassen, Häfen, Bergbau, Waldkonzessionsvergaben (Flona Itaituba I und II sowie Flona Crepori), Invasion der illegalen Holzfäller und Goldwäscher, also all derer, die das Leben von uns Frauen, der Männer, der Jugend und der Kinder Munduruku bedrohen.
Wir sind fest entschlossen, aus unserer gemeinsamen Allianz im Kampf der Assoziationen Associação Wakoborun, Associação Pariri, Associação Da’uk und der Bewegung Movimento Munduruku Ipereg Ayu gestärkt hervorzugehen, weil wir es nie aufgeben werden, für unseren Fluss und für unser Territorium – frei von diesen Projekten des Todes – zu kämpfen. Wir verteidigen den Fluss, der für uns ist wie die Muttermilch, die wir jeden Tag unseren Kindern geben. Das Land ist unsere Mutter, für die wir tiefen Respekt empfinden und über die wir niemals verhandeln werden.
Wir werden mit unserer Bewegung Movimento Ipereg Ayu weitermachen – mit unseren Gruppen von Kriegerinnen und Kriegern – und wir werden weiter für unser Land kämpfen, so wie es unser Gott Karosakaybu gegeben hat und unsere Vorfahren instruiert hat. Wir werden weiter den Weg der Autonomie unseres Volkes gehen, um unser Territorium in Freiheit zu behalten, um es den kommenden Generationen zu übergeben.
Wir sind auf dem Weg, unseren eigenen Lebensplan zu entwerfen, indem wir unter uns Frauen über das Gute Leben diskutieren, über unsere eigene Bildung reden, über unsere Autonomie. Wir Frauen zeigen unsere Arbeit in der Praxis. Wir kennen unseren Weg und werden ihn ohne Gift und ohne Gewinnstreben weitergehen!
Wir lehnen es ab, dass die Regierung uns nur Projekte des Todes bringt, wir wollen, dass unser Leben wertgeschätzt wird, unsere Arbeit und unsere Produktion. Wir sind nicht wie Ihr pariwat, die Ihr ohne Grund den Wald rodet. Wir sind Kriegerinnen und Krieger der Munduruku und wir werden mit der Auto-Demarkation unserer Territorien, mit der Ausbildung und Fortbildung unserer Jugend, mit den Treffen unserer Frauen und mit unseren Munduruku-Märkten fortfahren.
Wir wissen, dass wir nicht alleine sind, wir haben Bündnisse mit anderen Völkern und Gemeinden an den Flüssen, die ihren eigenen Weg sehr gut kennen. Aus all diesen Gründen werden wir unser Territorium der Regierung nicht überlassen.
Wir werden immer für uns selbst entscheiden, für unser Territorium, für unseren Fluss!
Wir sind der Keim des Widerstands der Munduruku!
Associação das Mulheres Munduruku Wakoborun
Associação Pariri
Associação Da’uk
Movimento Munduruku Ipereg Ayu
// Übersetzung: christian russau
Hier das portugiesischsprachige Original:
Carta do III Encontro das Mullheres Munduruku
Nós, reunidos na aldeia Patauazal na Terra Indígena Munduruku, durante os dias 08 a 11 de julho de 2018, nos encontramos para discutir sobre as ameaças e discriminações que estamos sofrendo e os projetos que o governo pariwat tenta impor para nosso território como as barragens, hidrovia, ferrovia, portos, mineração, concessão florestal (Flona Itaituba I e II e Flona Crepori) invasão de madeireiros e garimpos, que impactam a vida das mulheres, dos homens, dos jovens e das crianças Munduruku.
Estamos decididos continuar fortalecidos em aliança de luta com a Associação Wakoborun, Associação Pariri, Associação Da’uk e Movimento Munduruku Ipereg Ayu pois nunca vamos parar de lutar pelo nosso rio e pelo nosso território livre dos projetos de morte. Estamos defendendo o rio que é como nosso leite materno que damos todos dias para nossos filhos. A terra é nossa mãe, temos respeito (Ipi Wuyxi Ibuyxin Ikukap) e nunca vamos negociar.
Vamos continuar com o nosso Movimento Ipereg Ayu – com nossos grupos de guerreiras e guerreiros – e continuar lutando pela nossa terra, como deixou o nosso Deus Karosakaybu e nos orientou os nossos antepassados. Vamos seguir o caminho da autonomia do nosso povo para manter o nosso território livre para nossas futuras gerações.
Estamos caminhando na construção do nosso plano de vida, discutindo com as mulheres sobre o nosso bem viver, sobre a nossa educação própria, sobre a nossa autonomia. Nós mulheres mostramos nosso trabalho na prática. Nós sabemos seguir o nosso caminho sem veneno e sem ganância!
Não queremos que o governo traga só projeto de morte, queremos que valorizem a nossa vida, nosso trabalho e nossa produção. Não somos iguais vocês pariwat, que desmatam a floresta sem necessidade. Somos guerreiras e guerreiros Munduruku e vamos continuar fazendo a autodemarcação dos nossos territórios, capacitação dos jovens, formação e encontro das mulheres e nossa Feiras Munduruku.
Sabemos que não estamos só, temos nossas alianças com outros povos e comunidades ribeirinhas que sabem seguir o seu próprio caminho. Por isso, não vamos entregar nosso território para o governo.
Vamos sempre decidir por nós, pelo nosso território, pelo nosso rio!
Nós somos a semente da resistência Munduruku!
Associação das Mulheres Munduruku Wakoborun
Associação Pariri
Associação Da’uk
Movimento Munduruku Ipereg Ayu